A principal manifestação cultural da terceira onda feminista

por Catharina Gaidzinski

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Foto: Reprodução.

O Riot Grrrl foi um enorme movimento de punk feminista underground surgido nos EUA nos anos 1990, com origem nas cidades de Washington e Olympia, que permitiu que mulheres do meio da música e com interesse por feminismo alternativo mostrassem suas vozes e ocupassem espaços antes monopolizados pelos homens. O nome “Riot Grrrl” significa algo como “Garota Rebelde”, em tradução literal. A palavra “girl” foi intencionalmente mudada para “grrrl”, a fim de assemelhar-se à onomatopeia “grrr”, que reproduz um rosnado. E é exatamente isso que o movimento manifesta: fúria, intensidade e rebelião feminina.

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A ideia central do Riot Grrrl era quebrar padrões, transformando a histeria comumente atrelada às mulheres em agressividade, ousadia e revolução. “Havia muita raiva e automutilação. Em um sentido simbólico, as mulheres estavam cortando e destruindo a imagem pré-estabelecida de feminilidade e destruindo-a agressivamente”, menciona Liz Naylor, ex-empresária da banda Huggy Bear, de acordo com Lucy O’Brien, escritora do livro “Punk Rock: So What?”, lançado em 1999.

A mulher domesticada

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Clarissa Pinkola Estés, autora do livro “Mulheres que correm com os lobos”, defende que os problemas enfrentados pela mulher moderna, como as garotas com interesse em rock, se dão através da transformação da mulher selvagem em criatura domesticada. De acordo com Pinkola, no passado, a mulher selvagem em nós foi destruída, transformada de forma artificial em ser domesticado para agradar o outro. “Quando as mulheres abrem as portas das suas próprias vidas e examinam o massacre nesses cantos remotos, na maior parte das vezes elas descobrem que estiveram permitindo o assassinato de seus sonhos, objetivos e esperanças mais cruciais”, defende a autora.

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O rock, portanto, traria as mulheres novamente a esse estado de mulher selvagem, e é por esse motivo que a sociedade lutaria tanto contra sua inserção no gênero, já que a nudez — tanto viril quanto emocional — trazida pelas músicas levaria a mulher para um lugar de potência, vitalidade e empoderamento. “Se, por um lado, perdemos muito tempo dizendo às meninas que elas não podem sentir raiva ou ser agressivas ou duras, por outro, elogiamos ou perdoamos os meninos pelas mesmas razões”, expõe Chimamanda Adichie no livro “Sejamos Todos Feministas” (2014).

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A sociedade patriarcal foi a responsável pelo descarte dos instintos naturais femininos e pela domesticação e imposição de posição de serva à mulher, e a quebra desses conceitos seria considerada prejudicial ao sistema. De acordo com Pinkola: “Pode-se dar o nome que se quiser, mas ter uma vida secreta porque a vida real não tem espaço suficiente para vicejar é prejudicial à vitalidade da mulher. Mulheres famintas e em cativeiro escondem todo o tipo de coisa: música e livros proibidos, amizades, sensações sexuais, sentimentos religiosos. Elas escondem pensamentos furtivos, sonhos de revolução”.

A autora também defende a descoberta da mente natural e dos instintos selvagens femininos através da psicanálise. Ela expõe que, quando as mulheres encontram o seu lado selvagem, não querem mais deixá-lo de lado: “Uma vez que as mulheres tenham perdido e tenham recuperado [sua natureza selvagem], elas lutarão com garra para mantê-la, pois com ela suas vidas criativas florescem; seus relacionamentos adquirem significado, profundidade e saúde; seus ciclos de sexualidade, criatividade, trabalho e diversão são restabelecidos; elas deixam de ser alvos para as atividades predatórias dos outros”.

A selvageria da mulher no rock

A fim de subverter esse roubo da posição selvagem da mulher, além da dominação patriarcal e masculinizada do ambiente punk underground, jovens adultas e adolescentes se juntavam para construir, enfim, um lugar de empoderamento feminino, irmandade, resistência política e revolução cultural. Essas garotas da Geração X constituíam um grupo de indivíduos de mente aberta, praticamente mães da terceira onda do feminismo e filhas da canção “Cherry Bomb”, da banda The Runaways, e estavam cada vez mais cansadas e furiosas com as diferenças de tratamento entre elas e os homens, a falta de representatividade feminina no rock e a impossibilidade de protagonizar espaços como shows, paradas da música e eventos de grande porte.

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Tais vontades foram influenciadas, principalmente, pela tardia evolução do rock e do punk na questão do surgimento de artistas e bandas majoritariamente femininas. Não só isso, a maior parte das artistas mulheres presentes na mídia até aquela época sofriam de hipersexualização e apelo lascivo nas capas e artigos de revista, clipes e ensaios fotográficos. “Parece que a mulher é um símbolo sexual para estar naquele lugar. Se ela está em qualquer outro lugar, ela ainda é vista dessa forma. Ela não consegue se posicionar de outra forma nem que ela tente”, expõe Jules Altoé, frontwoman da banda The Zasters.

“Parece que a mulher é um símbolo sexual para estar naquele lugar. Se ela está em qualquer outro lugar, ela ainda é vista dessa forma”.

Naquela época, — e ainda é assim até hoje — a indústria musical era composta principalmente de homens, que ocupavam a maior parte dos espaços nas bandas, nos holofotes, e até nos bastidores, trabalhando como produtores, jornalistas, fotógrafos e donos de gravadoras. Por esse motivo, a cena musical inteira era pautada em ideais machistas e patriarcais. Ainda não era comum aceitar que mulheres pudessem fazer música e tivessem a capacidade de escrever letras ou tocar instrumentos, ou simplesmente que podiam ser seres humanos pensantes e aptos, em detrimento de meros objetos sexuais e domesticados.

As diferenças de tratamento na indústria musical

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Em relação à diferença entre homens e mulheres que começavam a tocar rock ou aprender instrumentos mais jovens, Allison Wolfe, ex-vocalista da banda de Riot Grrrl Bratmobile, afirmou, em entrevista ao The Huffington Post, em 2017: “Para mim, isso já era um dado, os caras estavam sempre começando bandas e tocando guitarra em seus quartos. Eu fui a muitos shows de punk e vi caras tocando. […] Me fez sentir como se eu realmente não pudesse fazer parte disso”.

Similarmente, quando a frontwoman da The Zasters começou a tocar guitarra, ela demorou para perceber que não tinha inspirações femininas: “Hoje eu conheço a Joan Jett e várias outras. Mas, na época, eu não conhecia, e isso me assustou no começo. Eu falei ‘Tá, mas o que que eu vou ser então?’. É aquela coisa, nunca vi ninguém fazer, então dá aquele medo. Mas aí fui atrás, hoje eu conheço bastante e vejo que está mudando também”.

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A musicista australiana Anwen Crawford, autora de um artigo da revista The New Yorker intitulado “The World Needs Female Rock Critics”, conta, no mesmo artigo do The Huffington Post de Wolfe, que sempre quis ter aquela clássica experiência de banda adolescente, mas que sempre se deparava com o mesmo problema: “Eu nunca consegui encontrar outras garotas com quem tocar, naqueles anos cruciais em que você está formando bandas. Era provável que seu professor fosse homem, que seus colegas fossem homens. É bastante excludente. Os meninos ao meu redor não me levavam muito a sério”.

“Os meninos ao meu redor não me levavam muito a sério”.

Em relação à diferença de tratamento com alunas mulheres praticada por professores de música, Priscila Hilário, baterista do grupo de afrobeat feminino Funmilayo, expõe: “Tem muitos professores que tratam a mulher que toca um instrumento de uma maneira diferente. Ou que cobram de um jeito de bizarro, que nenhum ser humano é capaz de fazer, e aí tem outros que tratam a aluna tipo ‘Ai, essa aqui é nossa mascotinha, nossa fofinha, então não precisa passar muita coisa para ela’, fica sempre no básico, no banho maria, demorando para deixar a menina aprender, controlando informação. Então, já tive essas duas experiências. Tem essa dificuldade do professor levar a sério a aluna mulher”.

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“É difícil fazer um show quando alguém grita ‘Você não pode tocar guitarra’ ou ‘Você é gostosa’, mas, ao mesmo tempo, tentamos não deixar isso nos arruinar”, revela Augusta Koch, guitarrista e vocalista da banda pop-punk Cayetana, ao The Huffington Post. Brody Dalle, líder da banda estadunidense The Distillers, possui uma citação bem famosa sobre o assunto: “Dizem que as mulheres não tocam guitarra tão bem quanto os homens. Eu não toco guitarra com a porra da minha vagina, então que diferença isso faz?”

“Tem uma pesquisadora da UNESP que vai nesse lugar da musa, das mulheres sempre serem orientadas para o canto, a serem aquela figura intocável, no pedestal. E aí existem vários projetos para desmistificar isso, para levar mulheres para outros instrumentos. A Priscila Hilário faz parte da Hi Hat Girls, que é um projeto sensacional de oficina de bateria para meninas. E tem também o Girls Rock Camp, que é uma oficina de música para meninas”, explica Adrienne Reyes, especialista em música.

Priscila argumenta: “O canto abriu um espaço para a mulher, mas isso ficou só no canto por um tempo. E é ótimo, não é um lugar que a gente tem que deixar de participar, mas é preciso abrir isso para outros instrumentos, bateria, baixo, sopro, enfim, o que a gente quiser. O canto foi um lugar conquistado há muito tempo já, e precisamos dar uma acelerada nessa coisa da instrumentação. Claro que a gente sabe que tem limites, né? Tinha muita mulher cantora, mas tinha muito homem gerindo essas carreiras de mulheres cantoras. É tudo cheio de observação”.

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Em relação à evolução da mulher no rock, Laura Lugo, frontwoman da banda paulista Luggo, esclarece: “Acho que a primeira coisa é a gente conseguir trazer a mulher a uma posição de musicista e não só de intérprete ou dançarina. O que acontece hoje é que a mulher, no mundo da música, é muito colocada nessa posição de ‘A mulher canta, a mulher interpreta uma música, a mulher dança’. Mas cadê aquela mulher estilo Cássia Eller, que está lá tocando, cantando, compondo? Não tem muito espaço para isso. A mulher é um produto. Na verdade, todo artista é um produto, mas o homem tem mais oportunidades de se profissionalizar naquilo, e entender como o ecossistema funciona. A mulher, não”.

“[…] As mulheres provavelmente não pensavam em fazer parte de uma banda de rock. Mas a questão de tocar seus próprios instrumentos, acho que o punk introduziu isso”, conta Steven Leckie, músico canadense, no livro “Treat Me Like Dirt: An Oral History of Punk in Toronto and Beyond, 1977–1981”, escrito por Liz Worth. No mesmo livro, Cynthia Ross, musicista canadense e baixista da banda feminina B-Girls, de 1977, conta como foi esse processo de mudança de paradigmas a partir da década de 70: “Tivemos muitas pessoas tentando nos convencer a deixar outras pessoas tocarem nossos instrumentos ao invés de nós, mas não. As Runaways haviam feito isso inicialmente”.

As garotas do Riot Grrrl

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De fato, existia uma pequena ocorrência de mulheres rockeiras na mídia dos anos 1970 e 1980, que, inclusive, tocavam seus próprios instrumentos. E foram nelas que as garotas do Riot Grrrl se basearam. Nomes como Janis Joplin, Joan Jett, Lita Ford, Debbie Harry, Patti Smith, Donita Sparks e Kim Gordon incorporam essa lista não muito grande de ícones femininos rock. Assim, se espelhando em suas ídolas e unindo forças, as garotas do Riot Grrrl encontraram umas nas outras o poder para estimular um movimento inteiro, que provinha de uma vontade básica e conjunta pela igualdade de tratamento, representatividade e extinção do sexismo no meio da música e em diversos ambientes sociais.

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Elas se comunicavam através de zines e instigavam girl riots, ou rebeliões femininas, para que se juntassem e criassem sua própria cena, com um tipo de música, de arte, de poesia e de histórias protagonizadas por elas mesmas, com tom biográfico, revolucionário e espontâneo. Foi assim que as Riot Grrrls influenciaram uma geração inteira a se impor e criar o próprio cenário musical, mesmo quando não sabiam tocar ou cantar. “Aprender a tocar os nossos instrumentos na frente de uma plateia ao vivo foi feito para incentivar jovens a começarem as próprias bandas”, conta Tobi Vail, ex-integrante da banda Bikini Kill, em entrevista ao The Stool Pigeon.

Kathleen Hanna, vocalista da banda e pioneira do movimento, colocou em prática a frase “All girls to the front” ou “Todas as garotas para a frente”, em tradução livre. O discurso era utilizado nos shows da banda, e servia literalmente como um comando para que os homens fossem para trás a abrissem espaço para que as mulheres pudessem ficar confortáveis à frente do palco. Em seus shows, Kathleen dizia: “À todos os meninos, sejam legais uma vez nas suas vidas. Vão para trás, para trás”. No início, esse foi o jeito que ela encontrou para sentir-se segura nos shows mistos, onde ela, suas companheiras de banda e suas espectadoras mulheres ainda sofriam muito preconceito, agressões e assédio. Pouco tempo depois, essa expressão se tornou um lema do movimento Riot Grrrl, significando literalmente mulheres indo à frente e ocupando seu espaço no meio musical, na arte e nos palcos.

Durante os anos 1990, Kathleen fez amizade com a fotógrafa Tammy Rae, que a iniciou no Punk feminista ao apresentá-la à banda Sonic Youth, liderada pela baixista, guitarrista e vocalista Kim Gordon. Kathleen então, entrou em contato com o fanzine “Jigsaw”, feito pela amiga Tobi Vail, que falava principalmente sobre dar atenção às garotas integrantes de bandas, Punk e feminismo. Tobi também foi a propulsora da grafia “grrr” utilizada para denominar o movimento, usando-a pela primeira vez na expressão “angry grrrls”, presente na primeira edição do zine.

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Esses episódios foram muito importantes para colocar Kathleen no caminho do punk feminista e da criação do movimento Riot Grrrl. Em 1991, Kathleen se juntou com Tobi, Kathi Wilcox e Billy Karren para fundar a Bikini Kill. Como explicado no documentário “The Punk Singer” (2013), a ideia inicial dos amigos não era que a banda tomasse uma proporção tão grande, mas sim incitar rebeliões e defender que garotas podiam, sim, ser punks. Além de pedir para os homens da plateia fossem para trás em seus shows, Kathleen também utilizou a ideia que criou para o seu desfile da faculdade no movimento: escrever em seu corpo, como forma de protesto à violência sexual e o machismo, palavras como slut, rape e incest, ou, em português, puta, estupro e incesto.

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Mesmo não se aproximando muito do feminismo acadêmico, as jovens do movimento Riot Grrrl aprendiam umas com as outras a partir do compartilhamento de vivências e da leitura de zines explicativos e inovadores, que denunciavam a violência contra as mulheres, o assédio sexual no meio musical, a fragilização do gênero e a marginalização da luta por espaços igualitários. Assim, elas podiam defender a legalização do aborto e lutar contra as variadas formas de opressão que sofriam diariamente, tanto em casa, quanto nas escolas e faculdades, quanto nos próprios shows e ensaios. Desse modo, o movimento assumiu caráter político, social e cultural fortíssimo, inspirando uma geração inteira de meninas a fazerem o que bem entendessem, além de influenciar a criação da terceira onda do feminismo.

Foi assim que a voz dessas mulheres se tornou força e arma política, permitindo que artistas como Courtney Love e a própria Kathleen Hanna desafiassem os modos do feminismo convencional, se colocando em posições de antagonismo aos padrões de beleza, a partir da utilização de roupas rasgadas e largas, do cabelo desgrenhado e da maquiagem borrada. De acordo com Mavis Bayton, autora do livro “Frock Rock: Women Performing Popular Music”: “O punk também desafiou as noções convencionais de atratividade e sexualidade, criando novas possibilidades para imagens não-hegemônicas da feminilidade”, em tradução livre.

Além disso, o movimento Riot Grrrl também serviu como catalisador para mudanças de comportamento, como consequência de uma luta que retomava a selvageria natural da mulher, a partir de guitarras altíssimas, baterias furiosas e letras biográficas que, literalmente, gritavam revolução. Essas letras questionavam as intenções puramente sexuais com o corpo feminino e a imposição de papéis de submissão e passividade às mulheres. Elas queriam revolução, liberdade de expressão e de ação, e escreviam sobre seus desejos de poderem fazer o que bem entendessem, como o de idolatrar outros ícones femininos, mesmo que fossem só suas vizinhas. Como exposto nas letras das músicas Double Dare Ya e Rebel Girl, da banda Bikini Kill:

“Nós somos Bikini Kill e queremos revolução.
No estilo das garotas agora!
Ei, amiga
Eu tenho uma proposta que é tipo assim:
Te desafio a fazer o que quiser
Te desafio a ser quem você quer
Te desafio a chorar bem alto
‘Você fica tão emocional, bebê’” — Double Dare Ya, Bikini Kill (1991).

“Aquela garota acha que é a rainha do bairro
Eu tenho uma notícia para você: ela é!
(…)
Aquela garota, ela mantém a cabeça tão erguida
Eu acho que eu quero ser a melhor amiga dela
(…)
Quando ela fala, eu ouço a revolução
Nos quadris dela tem revolução
Quando ela anda, a revolução está vindo
No beijo dela, eu sinto o gosto da revolução” — Rebel Girl, Bikini Kill (1992).

A partir dessas letras, as garotas da cena punk underground encontravam asilo e a confiança necessária para acreditarem que podiam produzir música, ao invés de serem somente fãs. Assim, o movimento se tornou uma subcultura que envolvia e encorajava a prática do ativismo, das ações políticas e de outros tipos de arte, — como os zines — se espalhando rapidamente muito além de suas raízes musicais. Foi dessa maneira que o Riot Grrrl influenciou o feminismo de terceira onda, além de reuniões e organizações locais contra o preconceito e a opressão, sobretudo em apoio à comunidade LGBTQIA+.

Ei, fale conosco!

Você pode nos indicar uma música ou banda, relatar vivências e até desabafar sobre o que quiser. Ficaremos super felizes de te conhecer!

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2 comentários em “O movimento Riot Grrrl”

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